Segundo o especialista, a confusão começou porque se descobriu que alguns pacientes com deficiência do hormônio têm um envelhecimento mais rápido e acentuado. Esses realmente se beneficiam com sua reposição, feita por meio de injeções subcutâneas dosadas que custam de R$ 300,00 a mil reais por mês. Mas os sinais e sintomas que aparecem pela falta parcial ou total de hormônio de crescimento, chamados de somatopausa - de somatos(corpo) e trófico (aquele que nutre) -, são os mesmos do envelhecimento.
Por sua ação anabolizante em músculos, o hormônio de crescimento também tem sido mal utilizado em academias.
Para descobrir se a pessoa precisa de reposição, é preciso submetê-la a uma avaliação. O hormônio de crescimento dura no máximo um minuto na circulação após sua secreção, mas uma outra substância - a Somatomedina C - dura mais tempo e pode ser dosada. Quando alguém tem queda dessa substância, além dos sintomas da falta de hormônio de crescimento, o endocrinologista pode pedir um teste mais específico para determinar se há realmente ausência ou não dele. "Ninguém sabe ao certo quais serão as conseqüências disso, mas com certeza elas vão aparecer", alerta Accursio. Lembrando ainda que o único meio de se administrar hormônio de crescimento é por injeção. "Alguns pacientes dizem que estão recebendo o hormônio por via oral. Isso é impossível, eles estão sendo enganados."
O hormônio de crescimento tem esse nome por ser o responsável pelo crescimento dos seres humanos. Produzido na hipófise, principalmente à noite, é um dos responsáveis por retardar a morte das células e tem nos adultos, entre outras funções, a de manter o bom funcionamento cerebral, a espessura adequada da pele e a capacidade da derme de produzir colágeno, fibras elásticas e substâncias hidratantes. É essencial também contra a osteoporose e ao bom funcionamento do sistema imunológico.
Parte da perda muscular no envelhecimento ocorre pela diminuição do hormônio de crescimento. Sua produção começa a cair aos 20 anos de idade e se acentua a partir dos 50. Não é uma doença, mas uma evolução natural da fisiologia. Aproximadamente metade das pessoas com mais de 65 anos apresenta deficiência parcial ou total de hormônio de crescimento. Esta diminuição não ocorre por deficiência da hipófise, mas por uma redução dos estímulos para a produção do hormônio e porque sua vida média diminui com o passar dos anos.
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