O papel das mulheres na sociedade há bem pouco tempo era apenas de cuidar dos filhos, do lar, do marido e dele ficar eternamente dependente. A vida mudou tornando-as cada vez mais presente no mercado de trabalho até assumindo papéis antes considerados tipicamente masculinos. Com isso, ficaram mais atarefadas duplicando e até triplicando suas jornadas de trabalho porque a responsabilidade da organização e administração do lar continuou sendo delas. Apesar disso, boa parte não se descuidou da aparência, da estética e da saúde até porque, em muitas funções laborais essa questão é importante. Entretanto, no outro lado da moeda está o perigo do exagero, tanto da atividade física como da utilização dos recursos estéticos. Se por um lado no início do século XX incentivá-las a fazer exercício físico era uma tarefa muito difícil, hoje a preocupação dos profissionais de saúde é com os desvios narcisistas. Entre esses supostos desvios estão as mulheres fisiculturistas cujo desenvolvimento muscular acabam se parecendo muito com o dos homens.
O que faz uma mulher desenvolver tanto os músculos se o modelo feminino estético mais explorado na mídia ainda é o venusiano da mulher formosa, com músculos discretos, torneados, sem “pneuzinhos”, “cintura de pilão” e com aparência sempre jovem como as atrizes? Se for perguntado a essas mulheres dos corpos hipertrofiados das fisiculturistas, se elas se consideram femininas certamente a resposta e sim. Elas usam batom, modelitos, salto alto, mas, os gestos, o jeito de andar e falar no ambiente da “malhação” acaba, devido à rotina árdua de treinamento junto com os homens, muito se parecendo com eles e, até de certa forma com eles competindo em matéria de “pegar” mais pesado.
1) Se recusam a fazer qualquer outra atividade complementar ou substituir quando estão lesionadas.
2) Priorizam a musculação sobre qualquer compromisso cotidiano.
3) Toleram e suportam mais as dores musculares e por isso mesmo treinam mesmo sem condições.
4) Quando por motivo de força maior são obrigadas a parar de “malhar”, mesmo por poucos dias, demonstram irritação, depressão, ansiedade e etc.
5) Experimentam um alívio imediato ao retornar à rotina de treinamento.
6) Apesar do problema, têm consciência de que são viciadas em exercício.
7) Querem “malhar” sempre pesado, muitas vezes não respeitando o repouso passivo ou ativo.
8) “Batem de frente” com familiares ou amigos não adeptos à musculação especialmente aqueles que costumam questionar ou acusá-las de “doidas” e que já estão parecidas com homem.
9) Fazem dietas para se manterem com percentual de gordura sempre muito baixo para que seus músculos se tornem bem visíveis.
10) Estão sempre achando parecidas com homens “as outras”.
Alguns especialistas já admitem essa conduta como doença com origem num Transtorno Obsessivo Compulsivo chamado de Vigorexia. Também conhecido pelos nomes de Bigorexia, Síndrome de Adônis ou Overtraining, trata-se de um transtorno emocional ligado ao narcisismo exagerado cuja característica principal é nunca estarem satisfeitas com o seu corpo. A conseqüência mais grave é o uso freqüente de esteróide anabolizante para ficarem cada vez mais fortes.
Não resta dúvida que o treinamento de força para as mulheres traz muitos benefícios principalmente no que diz respeito à prevenção de doenças tais como a osteoporose, diabetes, obesidade, hipertensão arterial, além da indiscutível melhora da auto-estima face à independência dos movimentos funcionais especialmente em idades mais avançadas. Um dos grandes problemas de quem tem a responsabilidade de prescrever e incentivar o treinamento de força para as mulheres é o mito calcado na imagem das fisiculturistas. A mulher comum, num primeiro momento se recusa a treinar mais pesado com medo de ficar igual a elas. É preciso lembrar que o desenvolvimento da força física está associado, ao hormônio masculino testosterona com características anabólicas e androgênicas. A mulher produz dez vezes menos testosterona que o homem. Logo, fica muito difícil aceitar, à luz da ciência, que toda aquela massa muscular possa ser desenvolvida sem o uso de drogas. Isso pode ser uma neurose que para Freud, resultaria de um conflito entre duas forças antagônicas, um desejo de prazer (pulsão) e o medo de punição (moral e social). Seria o excesso de músculos uma fuga? Uma necessidade freqüente de se impor pela aparente força? É só uma pergunta.
Fonte:http://www.copacabanarunners.net/mulheres-musculos.html
2 comentários:
e identifiquei em vários aspectos, não sei se fico feliz ou triste...
Olá,
Estou desenvolvendo junto ao Departamento de Educação Física da UFPB pesquisa para meu Mestrado cujo tema é VIGOREXIA RELACIONADA AO CONHECIMENTO DOS INTERNAUTAS. Sendo assim, peço para você deixar esse recado para todos que acessam.
Se possível, gostaria de enviar para os blogueiros algumas (poucas) perguntas sobre o assunto, onde envio para o email de quem quiser participar.
Lembrando que a pesquisa é confidencial e ANÔNIMA, ou seja não precisa se identificar e por isso peço para que sejam bastante sinceros.
Desde já agradeço a colaboração de vocês. Meu email para quem for participar e desejar receber a entrevista é:
alanedea@hotmail.com
Após responderem as questões, por gentileza me enviar de volta com as perguntas respondidas.
Mais uma vez obrigada e colaborem com a pesquisa!
Para quem tiver curiosidade, segue o endereço eletrônico do meu currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7644265459279118
Andréa Azevedo.
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